27 de dezembro de 2019

E O AMOR?

E O AMOR?

Porque eu sei que é amor?
Se quando você me olha
Vejo tantos outros olhares
Se quando você me beija
Sinto tantos outros lábios 
Quem são esses tantos
Que aparecem através de você?

Como sei se é amor?
Se o que sinto dói 
Se a saudade aperta
mesmo estando ao seu lado
Que saudade é essa 
que sinto do que me toca?

E sei eu o que é sentir amor?
Amor é o que dou, 
ou o que recebo?
Será que amor verdadeiro tem lado?
De que lado estou quando
amo e sou amado?

Agora sei!
Estou ao seu lado!


Ouça o poema recitado pelo autor
Poema recitado pelo autor



30 de outubro de 2019

PRANTO

PRANTO

Oh Vento
que traz consigo
o cheiro da chuva
Faz cair do céu
as lágrimas que
molham a terra
e fazem brotar
a erva e a flor
Encha os rios
de vida
e do mundo lave a dor
Cure a secura 
do homem
e em meio a trovoadas
florença amor


Ouça o poema recitado pelo autor
Poema recitado pelo autor

18 de outubro de 2019

TELETRANSPORTE

TELETRANSPORTE

Meu amor 
Aqui, aí e lá 
Como podes 
em tantas partes estar? 
Antes em tempos diversos 
Agora em tempo comum 
E mesmo assim, 
Aqui, aí e lá 
Ocupas um mesmo lugar 
Te amei, te amo e 
Posso te amar 
Aqui, aí e lá


4 de outubro de 2019

DES-ESPERAR

DES-ESPERAR

Ela chegou de leve
Me acariciou as costas
Permiti que entrasse comigo
“prazer, Desesperança”
Disse ela, um pouco acanhada

Achei que vinha para me abater
E até comecei este movimento
Mas ela me parou
Riu na minha cara
tão espontânea
que não pude deixar de escutar
“É isso, é isso, é isso.”
Antecipando o que eu estava
por compreender

Atordoado, perguntei
Então sou livre,
posso viver?
Ela gargalhava!
“É isso, é isso, é isso.”

E se despediu,
“Quando morre a esperança,
nasce você!”
x

1 de julho de 2019

TANGO DA SOLIDÃO


TANGO DA SOLIDÃO

Te vejo chegar
Assim de relance
E meio de longe
Você vem andando
Até se sentar

De frente pra mim
Mas meio de lado
Não perto
Distante
A ponto deu não
Poder te tocar

Me olha e sorri
Me encanto
Me espanto
Que foi esse olhar?

Levanto e resolvo
Sair pra dançar
Você também vem
Mas fica de longe
Depois chega perto
Mas não o possível
Pra eu te tocar

E então se afasta
Aí me aproximo
Escolho o perto
A ponto de então
Poder lhe falar

Mas não era isso
Queria o toque
Dançamos de novo
Você pra lá
Eu pra cá

Escolho ir embora
Queria ficar
E quando me afasto
Pra não te encostar
As mãos se encontram
Num instante
No ar
Se enlaçam se tocam
Até se soltar
Suave e de leve
Querendo abraçar

Me afasto
E te olho
Você pra lá
Eu pra cá